sábado, 29 de junho de 2013

Ansiedade e Desenvolvimento Mediúnico



NÃO DEVO TER SIDO O ÚNICO QUE RESOLVEU, DEPOIS DE MUITOS MESES NA ASSISTÊNCIA, PEDIR PARA VESTIR O BRANCO.

Também imagino que não fui o único que fez esse passo por algo maior do que simplesmente achar a gira bonita e me sentir bem no terreiro. Fiz o passo porque, em um momento da minha vida percebi que o trabalho da gira podia preencher uma lacuna. Naquela época eu não tinha nem a força nem o discernimento para ajudar aqueles que amo e que precisavam de ajuda. Dei o passo dizendo que aquilo era para aprender a como ajudar aquelas pessoas! Sou míope, o suficiente para ser obrigado a usar óculos para dirigir. O que não imaginava era que minha miopia se estendia à minha maneira de pensar e ver o mundo! Efetivamente, estava dando o passo porque eu eu precisava de algo! Só que não sabia daquilo ainda.
Recém chegado, imaginei que fosse normal que novatos experimentassem uma agitação mental em face do desconhecido. Por um tempo acreditei que a curiosidade e a pressa em entender e em fazer (nos meu limites) as coisas da espiritualidade e da materialidade fossem como molas que me impulsionariam a vivenciar, a cada semana, novos passos no meu processo de desenvolvimento mediúnico.
Racionalidade, karma, reencarnação, mediunidade, livre arbítrio, perispírito, espiritualidade... conceitos que conhecia a décadas mas que acreditava que não diziam respeito à minha vida naquele momento: "-Mediunidade não deve fazer parte do meu karma! Venho aqui só pra me equilibrar e assim poder ajudar os meus próximos!".
Logo no começo tudo era novo: os rituais, os gestos, as expressões. Muita coisa para aprender e medo de fazer errado. "-Mas como é que em todos os anos que participei na assistência, nunca me dei conta daqueles rituais e gestos?". Parecia que o primeiro dia em que vesti o branco dia era também o primeiro dia que colocara os pés no terreiro. De repente, não sabia mais nada ou esqueci o que achava que sabia! Hoje, penso que dependendo do nosso estado mental podemos adotar perspectivas bastante distintas: cada uma mostra a gira de uma maneira, permitindo que se aprenda algo específico: o aflito só terá olhos e ouvidos para a entidade responsável pela sua consulta, o contrariado não terá nem olhos nem ouvidos para nada, o cambone compenetrado refletirá sobre os ensinamentos da consulta que anotou, o médium novato tentará estimar se a vibração que sente se trata da aproximação de um espírito ou se tudo não passa de criação da sua mente, um capitão estará atento para que um médium novato não se machuque em uma incorporação, um médium de toco observará quão fácil foi intuir o que a entidade desejava manifestar para um consulente, um pai de santo verá o fluxo e a totalidade dos trabalhos da gira (as consultas a serem realizadas, os encaminhamentos que precisam ser feitos, a batida dos ogans, o canto dos sambas, a firmeza dos médiuns de toco, a objetividade e a pertinência das entidades incorporadas trabalhando no centro e dos médiuns na gira) e agirá de maneira que os objetivos da gira sejam atingidos naquele dia.
Hoje penso que o que mais dificultou o início do meu desenvolvimento foi o tempo que levei para deixar a perspectiva do médium novato, em que eu me via como o centro da gira. Eu vinha para o trabalho da gira esperando sentir uma vibração mais forte do que aquela que sentira na gira anterior. Se não fosse mais forte, se não fosse mais arrebatadora que a anterior deveria haver algo errado com meu desenvolvimento. Sem perceber, prestando atenção em manifestações que entendia como sinais de desenvolvimento nos irmãos da gira, elegi o meu desenvolvimento mediúnico como o principal objetivo a ser alcançado. Ficava meio sem graça quando no intervalo ou no final da gira, ouvia algum comentário do tipo "-Você viu como fulano recebeu uma entidade firme! Desse jeito, daqui a pouco já vai estar no toco!"
Com meus dois neurônios, comecei a cogitar que o objetivo final do desenvolvimento do médium seria ir para o toco. Nessa época, parecia que as vibrações que sentia logo que entrei na gira foram ficando mais fracas e rareando. Eu me esforçava, prestava atenção nos outros que incorporavam. Talvez aprendendo certos gestos fosse mais fácil receber a vibração... em vão.
Para piorar, as vezes aparecia uma pessoa nova na gira e pasme! Já no primeiro dia girava, incorporava com gestos vigorosos e belos de um índio, dirigia-se ao dirigente trocavam poucos gestos ou palavras e saia para colaborar nos trabalhos da gira com determinação e segurança. Era nessa hora que eu sabia que realmente eu devia estar fazendo algo errado. Mas, por que alguém não me avisava? Por quê não me diziam como que eu devia fazer para poder incorporar certo (igual aquele médium novato que recebeu aquele índio)? Ninguém dizia nada e eu também não perguntava. Imagina... pagar mico a toa? Para quê? E nisso o tempo passava, passavam as semanas e os meses.
Hoje, revendo minhas atitudes percebo que me deixei levar por um sentimento que cresce como erva daninha: a vaidade! Sem nada dizer, comparava meu aparente desenvolvimento com o aparente desenvolvimento de meus irmãos de gira. Esqueci o que era reencarnação, o que era a diversidade de caminhos que cada um de nós traçou antes de chegar nesta vida e, infantilmente, comparava meu desempenho na gira com o desempenho dos outros.
"Inteligentemente" conclui que provavelmente eu não seria um médium de incorporação, provavelmente poderia auxiliar no trabalho da gira contribuindo com o samba (mas precisaria aprender melhor os pontos), nas palmas (mas precisaria aprender a bater palmas daquele jeito novo tan, tantan, tan, tantan...) ou como cambone (ajudando a entidade e anotando as consultas). Cheguei a me perguntar se estava no lugar certo, se estava na gira certa e até mesmo no terreiro certo! Por sorte não perguntei a ninguém se estava no lugar certo. Perguntei ao meu coração! Naquele momento percebi que apesar de me sentir fracassado no meu desenvolvimento mediúnico não podia negar uma coisa: eu gostava do ambiente da gira e sempre, independentemente do meu desempenho nas performances de incorporação, eu sempre estava feliz ao final das giras! Então aquilo devia ser bom de alguma maneira e valia o esforço!
Decidi, não seria um médium de incorporação, então deveria  descobrir qual seria meu papel naquela gira. Naquele dia mudei a minha perspectiva. Hoje digo para mim mesmo que, sem perceber, abandonei a perspectiva do meu umbigo (onde intimamente achava que tudo na gira deveria ocorrer para que eu pudesse incorporar  uma "entidade forte") e comecei a observar o que ocorria na gira e por que a gira acontecia: havia as pessoas que vinham para a vibração (algumas poucas demonstravam curiosidade, muitas traziam expressões compenetradas, talvez esperando por um milagre, outras se mostravam humildes e mesmo resignadas); havia as pessoas que depois da vibração sentavam nos banquinhos (para essas, as entidades vinham dar o seu axé); havia as pessoas que vinham consultar na segunda parte (buscando aconselhamento, cura ou proteção). Foi nesse momento que percebi que a principal causa para existir o trabalho da gira não era o meu desenvolvimento. O trabalho da gira existia para o auxílio àquela multidão que vinha semanalmente!
Sem que a coisa fosse formulada explicitamente na minha mente, comecei a agir de maneira a ajudar o fluxo do trabalho da gira. Procurei estar disponível para qualquer coisa que fosse necessária. Quando solicitado cambonei (e como foi bom aprender ouvindo e vendo as entidades agirem!), bati palmas, cantei, enxuguei chão molhado para que alguém não escorregasse. Acabei esquecendo do meu umbigo.
Devia ser uma gira como as outras, Mas, quando me vi estava girando. Depois me levantei e estava indo ao encontro da entidade dirigente do trabalho. Fiquei apreensivo, não sabia o que tinha que dizer ou fazer. A entidade dirigente estava no meio de uma consulta. Fui direto, ajoelhei  reverenciei com o olhar e quando vi, fiz um gesto com as mãos que foram correspondidos por ela. Eu estava feliz de estar ali, de ter tido a coragem de estar ali. Mas, ela não sorriu. Pelo contrário, o caboclo olhou sereno e sério nos meus olhos. Entendi que o momento era de seriedade, havia um trabalho a ser feito. Naquele momento senti o caboclo que estava comigo, meu pulmão parecia ser pequeno para comportar o ar que eu queria inspirar. Ele quis se levantar, fiz o gesto e juntos fomos ajudar no trabalho da gira.
Uma gira não é como uma tela que se observa, mesmo na assistência, de certa maneira, se está imerso ma gira. Hoje, sinto que o participar da gira e o observar da gira não estão relacionados com o fato de estarmos ou não vestidos de branco (papéis formais durante a gira), ou em estarmos de pé (no círculo) ou sentados (na assistência). Cada vez mais, penso que o participar da gira está relacionado com a atitude mental que cultivamos. Se interiormente e exteriormente agimos para que o trabalho da gira seja repleto de êxito, se agimos para que aqueles que vem em busca de orientação ou cura encontrem algo que lhes alivie o fardo da vida (seja física ou espiritualmente), acho que estamos efetivamente trabalhando na gira.
Meu desenvolvimento mediúnico deixou de ser a coisa mais importante e o principal objetivo pelo qual eu venho semanalmente ao terreiro. Na verdade, no que se refere ao meu desenvolvimento ele mal começou! Ignorância mediúnica (tanto teórica quanto prática) é a expressão que melhor me qualificaria hoje. Entretanto, estes primeiros dois anos serviram para aprender algo muito importante: Meu desenvolvimento mediúnico não deve ser meu objetivo no terreiro; mas uma consequência das minhas atitudes na vida. Isso significa o que aprendo de duas maneiras:
  • A primeira, na minha vida de relação com a materialidade, nas ações do dia a dia que se traduzem em gestos, rituais, leituras e ações que colaboram para que empreendimentos conjuntos se concretizem. Por exemplo ajudando numa tarefa de casa ou da empresa, sabendo ouvir alguém que precisa ou então fazendo algo que percebo precisa ser feito (criando, consertando ou limpando algo).

  • A segunda, na minha vida de relação com a espiritualidade, nas atitudes mentais e físicas que fazem com que eu me sintonize mais com determinados planos da espiritualidade. Acho mesmo que essa parte do desenvolvimento mediúnico consiste na construção de hábitos que nos predispõem a estarmos, naturalmente mais sintonizados com nossos mentores do outro plano. Esses hábitos não estariam ligados a gestos físicos mas a atitudes interiores em relação ao próximo como paciência, humildade, disponibilidade, clareza, apoio, aceitação, etc.
Relendo como organizei mentalmente meus dois campos de aprendizagem (materialidade e espiritualidade), entendo por que demoro tanto para avançar no meu desenvolvimento mediúnico. O campo material é fácil de ser observado e transformado porque está relacionado com coisas recentes que aprendi nesta vida. Entretanto, o campo espiritual implica em mudanças profundas na minha maneira de ver e ser no mundo, em especial na maneira como me relaciono com os outros. Estas coisas estão profundamente enraizadas no meu inconsciente, provavelmente cristalizadas de minhas outras vidas. Acho que ai que se encontra o terreno de batalha individual do nosso desenvolvimento mediúnico: o trabalho interno que precisamos fazer para que o campo fique limpo, pronto para a semeadura que virá, na vontade de Zambi manifesta pelos caboclos, pelos pretos, pelas crianças e por todas as entidades que trabalham para a melhora da humanidade.
Refletindo sobre a complexidade e dificuldade para trabalhar minha dimensão espiritual percebo como foi bom ter transformado em consequência o objetivo que eu tinha de desenvolver minha mediunidade. É como se eu tivesse tirado um peso dos meus ombros, tirado algo que me distraia do que é realmente importante para mim: o meu movimento em direção de me tornar alguém melhor a cada dia.
O caminho a percorrer para este aprendizado ainda é imenso. O que mudou é que não me incomodo mais com a chegada, me concentro em aprender com a caminhada.
Hilton Azevedo
www.terreiropaimaneco.org.br

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Quatro aspectos da mediunidade sem instrução




O estudo contínuo dos assuntos relacionados à mediunidade na Umbanda remove dentre seus seguidores dezenas, quiçá centenas, de crendices, costumes e hábitos que têm se mostrado nocivos à própria Religião.  Muitos umbandistas têm uma visão deturpada do que significa o dom mediúnico em suas vidas e dentro dos terreiros. Centenas de adeptos desenvolvem uma mediunidade repleta de entendimento errôneo, suposições equivocadas e vícios comuns a pessoas que pouco, ou quase nenhum, acesso têm à informação. Muitos desses equívocos são provocados justamente pelo desconhecimento. Os maus hábitos acumulam-se ao longo do tempo e transformam-se em vícios que necessitam de tratamento imediato. Os erros acontecem aos montes causando muito desconforto aos Caboclos de Aruanda, que vez por outra precisam intervir para remediar a situação.

A culpa de tais problemas poderia ser atribuída a muita gente: Chefes de Terreiro despreparados, médiuns afoitos ou de pouca instrução, seguidores pouco compromissados com a religião, dirigentes desinteressados e até mesmo Espíritos desencarnados causadores de demandas. A realidade mostra, porém, que a maior causa de todos os problemas que afetam a missão do umbandista é unicamente a falta de estudo. Sem o mínimo conhecimento de tudo o que envolve o mecanismo da mediunidade, assim como em muitos outros aspectos da vida comum, os erros grosseiros e infantis acontecem em profusão. A mediunidade, a partir de uma prática sem base teórica, tende a ser conduzida como um brinquedo nas mãos de infantes.

A mediunidade não é superstição. Partindo da premissa de que deve ser exercitado numa perfeita união entre a Fé e a Sabedoria, o dom mediúnico transforma-se em valioso instrumento de propagação das verdades espirituais. De outra forma, a mediunidade equivocada é conduzida do mesmo jeito como o adivinho faz com as entranhas de um animal. Não há verdades. Tudo é subjetivo e enganoso. Falta ciência e sabedoria.

mediunidade supersticiosa transforma os Guias Espirituais em oráculos domésticos, onde os mais ínfimos problemas de ordem inferior são levados em conta. Assim, o Preto Velho passa a ser o informante da traição de um marido ou do futuro econômico de um filho carnal. O Caboclo, por sua vez, transforma-se em ajudante fiel dos negócios ou aquele que vai vencer um inimigo de desafeto. Na mesma proporção, o Exu abandona a condição de Guardião e assume o papel de vingador ferrenho, ou um escravo à disposição do médium. A Pomba Gira, sob a mesma ótica, é tida como uma prostituta arrependida e por isso mesmo obrigada a arranjar parceiros para pessoas de moral duvidosa.

A mediunidade não é show pirotécnico onde o que se vê são rápidos e ilusórios lampejos de brilhos multicoloridos. O médium sem instrução transforma o dom em ótimo artifício na exibição de espetaculares manobras que mais chamam a atenção dos curiosos e dos seres trevosos do que dos Espíritos de Luz. Assim, tudo é espantoso e deslumbrante. Todos os gestos do médium em transe são inchados de exageros. Todas as receitas de oferendas são idênticas às listas de um estranho guisado. Os pontos riscados transformam-se numa mandala confusa de desenhos e rabiscos infantis sem fundamento. As brancas vestes sacerdotais assumem a aparência de fantasias carnavalescas em que imperam o luxo, a vaidade e o exibicionismo.

Na mediunidade pirotécnica, vale mais a grosseira presença física do médium do que a suave e discreta participação dos Guias de Luz. O Preto Velho se esconde, o Caboclo se afasta, o Exu ri do fanfarrão e o médium se exibe. Neste tipo de condução da mediunidade há uma completa falta de força espiritual, pois a carne assume todas as funções do medianeiro e o animismo, a mistificação e a charlatanice estão em primeira linha.

Entre tantas formas de se exercitar a mediunidade há também a que leva em conta a ascensão social do médium. É a mediunidade interesseira.

mediunidade interesseira é aquela em que as reais intenções do indivíduo são quase desconhecidas. Há muitos interesses em jogo, e o principal é o de “subir” na vida. O médium intenciona ser aplaudido, então usa a mediunidade para chamar a atenção da platéia. O médium quer obter dinheiro de forma menos trabalhosa, então comercializa o dom. Se tem interesse em reconhecimento público, então transforma a mediunidade em degrau para a subida aos palanques políticos, aos palcos da mídia e aos púlpitos das câmaras e agremiações. Tal como o médium pirotécnico, o médium interesseiro quer aparecer, mas com o fim certo de obter algum rendimento financeiro.

Nesse tipo de mediunidade, o indivíduo não se envergonha ao “pedir” o pagamento pelo serviço prestado. Seu rosto não enrubesce quando dita o valor daquilo que vergonhosamente chama de caridade. Se precisar usar uma máscara, certamente o fará. Mas, em seu tempo, lançará por terra a fantasia e mostrará sua verdadeira e tenebrosa face. Como o lobo entre os cordeiros.

mediunidade ignorante é exercida pelos que verdadeiramente têm grande aversão ao estudo e à meditação. Nessa modalidade, o médium conscientemente classifica o estudo contínuo como algo desnecessário. Acredita que somente as instruções dos Caboclos já são suficientes para que ele seja um grande instrumento da Comunidade Espiritual. A leitura, a pesquisa e o conhecimento dos mecanismos mediúnicos são coisas sem importância na visão dos ignorantes.
Neste caso, o médium não se importa em cometer diversos absurdos em nome de Deus, pois não há o conhecimento do que realmente é a vontade divina. Fala, mesmo usando conversações aparentemente profundas, do mesmo jeito como discursa um simples camponês acerca do universo astronômico. Age sempre de forma impensada, ainda que com a maior boa vontade. Suas ações são completamente sem método, critério ou planejamento. Tem uma visão do mundo espiritual como seus antepassados que outrora atribuíam ao relâmpago um castigo dos deuses ou aos abalos sísmicos uma demonstração da ira divina. Na mediunidade ignorante quanto menos se estuda, mais se erra.

Ser instrumento da Espiritualidade Maior é uma benção recebida por muitos. Porém, como qualquer instrumento necessita de um aprimoramento e de ajustes constantes, assim é o médium de Umbanda a serviço dos Caboclos e Pretos Velhos.

Não basta ter mediunidade. Mas, é importante que esta seja útil aos interesses do Criador, pois todo médium é um depositário da confiança de Deus. Para ser útil, a mediunidade tem que estar firmada nas instruções que vêm do Alto.

Bom seria se todos os médiuns aplicassem a sabedoria e o conhecimento no aperfeiçoamento da mediunidade e se o estudo continuado fosse uma prerrogativa para um perfeito ministério mediúnico.



Luz e paz a todos!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Obsessão e auto-obsessão: De quem é a culpa?




Diante de nossa disposição em permanecer na condição de vítimas, nos habituamos a culpar o mundo externo pelos fracassos e insucessos. A família, o chefe, a situação econômica, a política, o tempo ou ainda, o obsessor, são os vilões.
Nossa vida está difícil, os relacionamentos não dão certo, as finanças vão mal, e sempre existe um culpado, que claro, não somos nós.
Temos o hábito negativo de colocar a responsabilidade sempre no outro e muitas vezes no obsessor, esquecendo, contudo, que nós o atraímos face ao nosso estado vibracional.
A única diferença entre nós e um obsessor é que ele está desencarnado e nós no corpo físico, mas ambos com sentimentos, emoções e pensamentos, inclusive negativos.
Esquecemos que a maior e mais silenciosa forma obsessiva é a auto-obsessão, que sem sombra de dúvidas, praticamos. Não percebemos que mesmo no veículo carnal, agimos como obsessores em muitas situações.
Há auto-obsessão quando nos depreciamos, nos cobramos demais, nos criticamos, vendo somente nossos defeitos, isso porque esquecemos de nossa origem divina.
Quantas vezes mantemos uma conduta, um comportamento obsessivo, querendo algo, alguém, que nem sempre vai ao encontro de nossa missão evolutiva...isso é auto-obsessão.
Fingimos para os outros e às vezes até para nós mesmos que somos bonzinhos, nos surpreendemos com atitudes egoístas de outras pessoas, fingimos não sentir nada maléfico, mas nosso coração diz ao contrário, porém, o orgulho nos cega, nos cobre com o véu de maia.
Somos obsessores de nossos semelhantes quando julgamos, queremos sempre ter razão, e pousamos de espiritualistas comprometidos.
Somos assediadores quando controlamos as pessoas, acreditando que fazemos por amor, que nossas verdades são absolutas.
Quando defendemos muito uma opinião, de forma intolerante, mesmo que universal, mostra que há preconceito, pois não aceitamos o novo e o diferente e, outra vez estamos impondo, dizendo o que é melhor.
Agimos como obsessores quando sentimos inveja, raiva, ódio de quem está próximo e confundimos esses sentimentos, na verdade fingimos que estamos sendo injustiçados e estamos certos em manifestá-los.
Obsediamos quando culpamos o outro por nossa realidade conflitante, quando esquecemos que os sentimentos negativos internos são oportunidades de aprendizado e evolução conscencial.

Obsediamos um familiar que já desencarnou quando não nos conformamos com sua partida, o chamamos, cremos que somos os coitadinhos, porque fomos deixados.

A pessoa que desencarnou e está agindo como assediador não é melhor, mas nem pior que nós...é nosso irmão que está desorientado, como nos sentimos muitas vezes, aqui na Terra.

É pura arrogância acreditar que quem desencarnou tem que dar exemplo e que o obsessor é o vilão...certamente em vidas passadas já fomos obsessores também. Afinal, se fossemos bonzinhos, não estaríamos aqui, mas sim em um plano evolutivo superior, portanto, estamos todos no mesmo barco.
Será que após o nosso desencarne, com inúmeros sentimentos negativos que possuímos, seremos melhores do outro lado? Pensemos nisso com carinho, a fim de verificar o que precisamos curar e compreender ainda nesta existência.
Outro ponto importante é não ter medo extremo, achar que tudo que acontece em nossa vida de negativo é porque existe algum desencarnado perto, que somos crianças indefesas.
Nada disso, pois com nossa vibração, atraímos quem está na mesma freqüência, de sentimentos, emoções e pensamentos, então não pense que somos as vitimas e o obsessor o culpado. Sempre existe uma união de sintonias, uma afinidade energética.
Colocar a culpa em um ser desencarnado revela falta de maturidade emocional e espiritual. A pessoa que está sintonizada com uma energia obsessiva vibra na mesma freqüência, ou seja, sente, pensa, manifesta as mesmas emoções e sentimentos.
No universo, semelhantes se atraem, é uma lei universal e não tem como ser diferente. É  preciso modificar o estado vibracional, sem culpar ninguém.
A pior obsessão é a auto-obsessão, que é silenciosa e disfarçada, e ela que abre caminho para as demais formas obsessivas.
Portanto, se queremos paz, amor, tranquilidade na vida, com energias positivas, companhia de mestres e anjos, nessa energia temos que vibrar. Temos que fazer a nossa parte, agirmos com mais seriedade e discernimento espiritual.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Equilibrio Espiritual



Num templo de Umbanda, nada acontece por acaso, ou melhor, na vida uma folha não cai sem que o pai conceda a licença, mas em lugares de reforma íntima como igrejas, templos, sinagogas e etc. É mais nítida sua percepção e o ensinamento que Deus nos quis mostrar com aquele acontecimento.
A harmonia é essencial para que um trabalho espiritual possa fluir normalmente, alguns médiuns tem a prática da meditação, outros de orações repetitivas, outros de concentração, mantras, banhos de ervas entre outras técnicas para se harmonizar, para poder ter um contato mais rápido e mais nítido com suas entidades, mas infelizmente outros médiuns, não respeitam essa lei ou técnicas, chegam estressados, e despreparados para entrar em contato com energias sublimes, nesses casos os médiuns não estejam compatíveis com as energias que circundam o templo é há um choque energético, choque este que causa "faíscas", essa faíscas, são desentendimentos com outros médiuns que naquele dia estão preparados para tal tarefa.
Vejam por exemplo, o médium está numa vibração positiva junto com o templo, pois este se preparou para estar ali, enquanto o médium despreparado está com seu polo negativo ativo, ao chegar no templo sente-se que aquele médium não está se compatibilizando com as energias emanadas por médiuns preparados.
A preparação mediúnica independe de tempo ou tarimba, depende sim da boa vontade do médium, sabe que no mundo que vivemos é difícil para o médium chegar antes no templo para fazer tais técnicas, mas apenas 5 minutos de concentração já ajudaria muito, mas na maioria dos casos o que acontece é falta de vontade do médium.
Alguns médiuns alegam que independe de sua conduta e conhecimento o trabalho da entidade, mas digo que isso é Mentira, pois como se pode selar um cavalo que não sabe cavalgar, isto é, a entidade merece que seu médium tenha conhecimento, pois fica mais fácil seu trabalho.

Bem segue abaixo um texto muito interessante sobre este assunto.
"Espíritos acomodados, assim como um animal acuado, tendem a atacar coisas que não lhes são familiares, porque isso ameaça sua comodidade. A situação ainda piora quando esse defende alguma filosofia, ideais ultrapassados ou obscuros, então o orgulho não lhes permite admitir o erro. Não tente lhes apontar este fato, porque não vão entender, e vão te atacar ainda mais. Não perca tempo com discussões. Procure analisar tudo isso de uma forma humorada, é bobeira acatar as ofensas, a pessoa deve ter a frieza de acolher a ofensa sem se deixar dominar por sentimentos baixos; raiva, ódio, vingança, para que não se contamine. A pessoa que se sente impelida a revidar a uma agressão prova que ainda dá muita importância para opiniões alheias. Se você não tem aquele mal dentro de si, então pra que dar bola! Seja mais tolerante, aproveite essas situações para eliminar o ego, não seja infantil. Jesus ouviu muitos insultos, seu espírito não acatou nenhum. Se você sabe que não possui aquele mal dentro de si, porque então dar crédito ao que foi dito. O ignorante fala sem pensar ou por impulso, discutir é acatar o que foi dito, é quando a ‘carapuça serve’. Então você descobre ai o que precisa ser trabalhado dentro de ti. Quando uma pessoa se empenha na busca espiritual, muito maus podem surgir para serem queimados, seja firme e quando olhar para traz, verá que percorreu uma distancia enorme onde os insultos de antanho não mais lhe afetarão. Ao passear por um jardim e ser picado por um espinho de uma roseira, o erro é teu, nada adianta arranca-la ou pisoteá-la. Aja como um espírito que é o que você é. Ao receber uma ofensa, não se rebaixe para discutir como matéria.
Feche seu coração para o que é imperfeito, ao revidar uma ofensa ou agressão, discutindo, brigando, você abre seu coração interagindo com o imperfeito, e essas coisas vão sair e entrar nele, sintonizando-o com o agressor que a esse ponto já pode ser você mesmo. Se teu coração não é puro, não é assim, colocando essas impurezas pra fora que você vai se ver livre delas, isso alimentará teu ego apenas, o que sufocará ainda mais teu espírito. Teu coração potencializa tudo que há dentro dele, e o que você alimenta. Se ele não é puro, purifique-o acrescentando coisas boas (o que se consegue estudando e praticando espiritualismo) Como um copo cheio de água suja, se você abre uma torneira encima dele, aos poucos a água que há nele irá se tornando limpa e cristalina. O que tem em seu coração é como a água do copo, ele ficará limpo de acordo com a água (estudos e praticas espirituais) que entra, quanto maior o fluxo dessa água, melhor. E um dia você terá um coração tão puro e transparente como a água. Sendo “transparente nada encobrirá a Luz que há nele, permitindo que seus raios atinjam outros corações.”

- Buda Sakya Muni (o sutra do diamante)

terça-feira, 25 de junho de 2013

Fracasso do Médium


Esses são assuntos dos quais todos se 
recusam de falar, ou de escrever, e quando o fazem, é por alto e indiretamente. Vamos abordar o assunto de maneira mais clara possível, a fim de levar um alerta a todos os nossos irmãos umbandistas, principalmente àqueles que estão predispostos a caírem nesses erros, visto termos esperanças de que essa advertência venha trazer luz em cada espírito, e ainda possa chegar a tempo de cada um recuar para a sua regeneração.

Não queremos, de maneira nenhuma, nos arvorarmos de juízes das causas alheias, visto termos também nosso débitos com o astral superior, mas sim, após anos de trabalho, termos observados médiuns fracassando ou caindo, incorrendo em erros elementares e, para se reabilitarem, continuando na prática de suas mazelas, culminando em suas quedas, muitas vezes sem retorno.

Temos observado que a maioria desses médiuns vive um tormento interior, como labaredas de fogo a queimar-lhes a consciência, e eles não têm forças para se reerguerem, visto estarem presos nas garras dos marginais do baixo astral e dificilmente conseguem se libertar de suas mazelas e, ainda por cima, sendo alertados pelos seus Guias Espirituais constantemente, nada fazendo para se libertarem das garras desses magos negros, por estarem atolados até o pescoço no pantanal da ignorância do astral inferior, pois também estão contribuindo, e muito, não mantendo uma vida ilibada e com moral.

Isso acontece devido à lei de atração, onde semelhante atrai semelhante.

Os quiumbas já se deram conta de que esses médiuns estão praticando atos que são de comum acordo com a confusão que rege os reinos inferiores, fazendo assim com que surja um casamento fluídico médium/quiumba, pois os dois estão em sintonia vibratória.

É muito difícil se libertar de um quiumba, ainda mais quando nós fomos a causa da aproximação desse quiumba por atração fluídica. E quando esse casamento fluídico perdura por anos a fio, o sistema neuropsíquico mediúnico torna-se denegrido, fazendo com que os seus Guias Espirituais não tenham condição de aproximar-se, pelo fato de não haver mais simbiose espiritual entre médium e Guia Espiritual.

O caso mais grave é quando os Guias Espirituais se afastam devido às causas morais, e o médium, mesmo com os alertas, prefere continuar em seus erros, ou seja, não existe renúncia e nem remorso por parte do médium, preferindo esse continuar a sua caminhada, incorrendo nas mesmas causas que o levaram para o astral inferior.

Só existe um meio de se libertar, e esse meio só o médium pode realizar, pois não terá ajuda direta a não serem subsídios, conselhos e orientações, para assim por si só se reerguer, fazendo com que o seu sistema mediúnico-espiritual se eleve novamente e entre em contato com os planos superiores.

Será necessária uma intensa reforma íntima, acrescida de renúncia dos erros passados, muita oração e prática dos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, principalmente na realização da caridade desmedida e constante.

Para nos situarmos, vamos abordar três aspectos principais, pelos quais o médium se precipita nos abismos da queda mediúnica.

Embora não podemos nos esquecer dos demais erros e vícios tão divulgados pelos Guias Espirituais, e estar em alerta para não adquiri-los.

• A vaidade excessiva, que causa o entusiasmo, por nos sentirmos especiais em tudo o que realizamos, abrindo os canais mediúnicos a toda sorte de influência negativa.

• A ambição pelo dinheiro fácil, que vem através dos agrados que recebemos devido a um bem efetuado a alguém, ou por algum trabalho realizado, fazendo com que o médium veja a facilidade de adquirir bens materiais em troca de favores espirituais. Em decorrência disso, existe a possibilidade de crescer no interior do médium a ambição, fazendo com que cada vez mais faça cobranças em tudo e por tudo.

• A condição sexual incontida, que lhe tira a razão, pelo fato de ser uma das energias mais poderosas existentes no plano terrestre, e ser uma energia geradora, criativa, e recheada de desejo.

O que acontece é que começa a existir interesses vários, onde o desejo e a sensualidade tomam a frente, quando o fascínio existente pelo sacerdote toma um rumo diferente do que devia ser. O mesmo acontece com o corpo mediúnico, ou fora do Templo, onde começa a existir outros interesses que não seja a fraternidade, ou o puro sentimento.

No caso da vaidade excessiva, tem seu início na prática mediúnica. Quem tem o dom mediúnico o traz de berço, pois adquiriu através de sucessivas encarnações o direito de externar, por herança, os dons de Deus.

Em certa altura da sua vida, a mediunidade começa a aflorar, e eis que surge o Caboclo, o Preto-Velho, o Baiano, o Boiadeiro, e assim por diante.

Com o desenvolver da mediunidade, começam a surgir os fenômenos tais como curas, descarregos, aconselhamentos certeiros, conhecimentos irrefutáveis; e são tantos os casos positivos trazidos pelos Guias Espirituais, que se dá o início ao surgimento da vaidade no médium.

Esse se acha possuidor de todos esses conhecimentos e não mais o Guia Espiritual.
Também existe o caso do médium achar que o seu Guia Espiritual é o mais poderoso. São tantos os casos positivos que acontecem em volta desse médium, que em torno do mesmo forma-se uma corrente de admiração e, muitas vezes, de fanatismo também.

As pessoas em torno desse médium, diante de tudo o que veem, começam a bajulá-lo, a agradá-lo com presentes e com isso vão inconscientemente incentivando a sua vaidade.

Isso acontece com o médium, muitas vezes, pelo fato do mesmo ser ignorante de conhecimento, e algumas vezes se recusa a estudar o mediunismo, suas causas e consequências.

O Guia Espiritual do médium faz de tudo para alertá-lo das consequências dos seus atos (respeitando o seu livre-arbítrio), através de sinais, alertas, conselhos, intuições, etc.

Mas, como o médium está predisposto a vaidade, deixa de escutar o seu Guia Espiritual, e chega ao ponto de se julgar o tal, um mestre, um escolhido, um mago, um semideus, e que a força é dele, chegando a pensar que é propriedade sua.

O médium vai crescendo em vaidade, devido às pessoas o respeitar e acatá-lo em respeitoso silêncio, sem questionar, e aí vai crescendo as exibições mediúnicas.

O que acontece nessa altura é que o médium já perdeu o contato mediúnico de fato, exercendo tão somente o animismo.

O grave é quando o médium está mediunizado por um quiumba; aí sim é a queda total dele e dos que estão a sua volta.

As portas da sua mediunidade estão abertas às influências negativas e toda sorte de manifestações magísticas destrutivas.

Com o tempo, o médium vai se acostumando com os fluidos dos quiumbas, e não quer perder o cartaz por nada nesse mundo.

Porém, os fenômenos antes efetuados por manifestações mediúnicas positivas, não mais acontecem, e as pessoas ao seu redor já começam a olhá-lo com certo desprezo e se afastam, fazendo todo o tipo de comentário negativo, embora num passado tenham se beneficiado desse médium.

O médium que se entregou à vaidade excessiva se torna um sofredor, pois começa a perceber que para incorporar já começa a ter que representar e o tormento toma conta de sua cabeça. Aí entra a descrença, que é o golpe fatal para a sua pessoa. No caso da ambição pelo dinheiro fácil, devemos diferenciar o médium que cai pelo dinheiro fácil e os que podemos incluir aos milhares, que são os espertalhões, que usam o nome da Umbanda e de suas entidades a fim de explorarem a ingenuidade das pessoas de todas as maneiras. Esses (espertalhões) são bem reconhecidos, pois seus “terreiros” são vistosos, com roupas multicoloridas, uma grande profusão de “guias” no pescoço e outros adornos que sabemos serem desnecessários em nossos cultos.


Vivem e fazem de tudo um ganho, seja em dinheiro ou facilidades na vida. Costumam fazer festas por quaisquer motivos, todas regadas a excentricidades no visual, muita bebida alcoólica e carnes, muitas vezes, levando essas festas religiosas em ambientes profanos, a fim de angariarem um grande número de admiradores e outros tantos que gostam de se apresentarem e se mostrarem em público a fim de terem reconhecimento.

Tudo nesse ambiente é movimento, encenação, panorama e desfile.
Por ali, tudo se paga. Desde uma consulta, até os tais despachos e ebós. Até a famosa camarinha, onde veem mediunidade em todos; e aja firmar “santo” na cabeça das pessoas.

São antros de exploração, que chafurdam o nome sagrado da Umbanda, a pecha de grupo folclórico, a atenderem seus mais mesquinhos interesses. São verdadeiras arapucas, onde tudo é duvidoso. Dentro da Umbanda, é sabido que a prática da magia branca faz parte, como um recurso Divino, para atender à necessidade preeminentes de seus filhos. Para a feitura de algumas magias, há necessidade de certos materiais, que corretamente devem ser adquiridos pela pessoa beneficiada. Muitas vezes, no caso de um consulente sem condições, damos o que temos. Quando realmente há necessidade dessa magia, os nossos Guias Espirituais pedem o material necessário à pessoa, sem grandes desmandos, satisfazendo a “Lei de Salva”. Tudo o que é manipulado pelas nossas entidades espirituais costumam sempre dar certo, pois tem o discernimento necessário para saberem o que necessitamos. Disso tudo surge um grave problema, pelo fato das pessoas que perambulam pelos “terreiros” encontrarem uma grande facilidade, achando que é só fazerem um trabalhinho para resolverem a sua vida.

Grande ignorância, quem assim pensa. Temos que nos reformar interiormente, seguindo os passos e os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Antigamente, devido à má informação e formação de sacerdotes e médiuns conscientes da realidade espiritual, muitos faziam do “despacho” ou de “tais trabalhinhos” uma panaceia para tudo.

Era só ter um probleminha ou problemão, seja ele qual for que imediatamente tinha um despacho para resolver tal questão. E haja despacho pra tudo. Tudo era resolvido no despacho. E hoje a coisa somente mudou de nome. Trocou-se o nome despacho para magia. Tem magia pra tudo. É só ter um probleminha ou um problemão, seja ele qual for que imediatamente acha- se uma magia para resolver tal questão. Pode?

Quero ver alguém encontrar um despacho ou magia para despertar nossa fé, nosso amor, nossa devoção, magia para ser bondoso, caridoso, humilde. Magia para se efetuar reforma íntima, para perdão. Magia para se espiritualizar, ter moral, ter vida ilibada. Não vêem que essas tais magias é tão somente para coisas matérias? Para facilitar a vida material? Não vêem que muitas dessas magias são utilizadas em momentos de revoltas, demandas, ódios, retorno. E até (pasmem): “clonar” espíritos.

Infelizmente, é fato real, que na Umbanda estão aparecendo muito mais “magos” e “mestres”, do que servidores agradecidos, somente interessados em servir a espiritualidade, tudo fazendo para a honra e a glória de Deus. É muito cacique pra pouco índio. No começo, o médium obedece tão somente o que suas entidades espirituais pedem para a realização de uma magia. Com o tempo, esse médium começa a observar e pensa seriamente na facilidade do dinheiro.

Então, ele entra na “Lei de Salva”, tão conhecida pelos magistas, e abusa dessa lei em benefício próprio.

Aí começou a imperar nesse médium a ambição pelo ganho fácil, quando começa a exceder na “Lei de Salva” (dentro da magia), dando a desculpa que necessita do dinheiro para o seu anjo da guarda, para o cambono, ou para “pagar o chão”.

Concordamos que deva haver uma remuneração suficiente para o médium adquirir materiais necessários que consta de certo número de velas, elementos da Natureza, ou mesmo uma certa quantia de dinheiro suficiente para que o médium que realizou o trabalho possa utilizar esse dinheiro para a sua locomoção, ou mesmo comprar materiais necessários à manutenção da sua vida espiritual, e nunca para sustentar seus vícios e luxos.

Geralmente, pedimos ao interessado o material necessário à feitura da magia e juntamente uma pequena quantidade de velas ou outros materiais necessários utilizados no Templo.

Quanto à locomoção, pedimos gentilmente ao interessado que nos forneça uma condução.

Quando o interessado esta passando por dificuldades financeiras que impedem a compra dos materiais para a feitura da magia, doamos de bom grado o que temos.

Jamais aceitamos dinheiro como paga ou mesmo agrado; Se houver interesse da pessoa em doar alguma coisa, que faça espontaneamente ao Templo ou a alguma entidade assistencialista, e não ao médium.

As pessoas, pelo fato de quererem uma melhoria de vida em todos os sentidos, pagam o que for para que seus problemas sejam resolvidos.

Aí está o perigo.

Em primeiro lugar, devemos esclarecer que magia só deve ser usada quando a pessoa não tem competência momentânea para resolver seus problemas.

Nesse momento, fazemos uso da magia para levantar essa pessoa.
Depois do problema urgente resolvido, vamos para a reeducação da pessoa, reforma íntima, com conselhos, e tudo ordenado dentro de um conhecimento elevado, principalmente no Evangelho de Jesus.
Nesse momento, o médium, já começando a fazer trabalhos por conta própria e tudo, geralmente direcionado com Exu e Pomba Gira, vai utilizando materiais cada vez mais pesados (sangue, carnes, ossos, etc.), chafurdando tanto ele como a pessoa beneficiada, incorrendo aí no risco de criar ligações perigosas com o que de mais baixo existe no astral inferior.

Quando esses ditos trabalhinhos saem da linha justa da magia, até Exu e Pomba Gira se afastam do médium.

O seu Guia Espiritual, como é de praxe, já o alertou várias vezes e ele não deu ouvidos, pois o dinheiro está entrando que é uma beleza.

Por ele estar cego e surdo, não ouve a ninguém e, aí, o seu Guia respeita a sua escolha, pois é sabedor da lei do livre-arbítrio.

Quando numa necessidade verdadeira, esse médium clama por seu Guia Espiritual, aí ele vê que não tem resposta, fica abalado.

Começa a perceber que o que está à volta dele são verdadeiros e poderosos quiumbas.

Esse médium começa a fazer tudo o que pode e sabe para o seu Guia voltar, e nada.
Mesmo assim, não larga do dinheiro fácil, pois está afundado na ignorância espiritual, quando percebe que esse dinheiro é um dinheiro maldito, pois as conseqüências são nefastas.

O fim de todos eles é muito triste.
Entram nos vícios, falta de emprego, perdem tudo o que tinham na vida, pois os Sagrados Orixás os Guias Espirituais e os Guardiões não acobertam erros de ninguém; esses médiuns se desiludem com a religião, culpando-a dos seus problemas e, perdendo sua fé na Umbanda, vão a procura de outras religiões, a fim de se refazerem da desgraça que adquiriram em suas vidas.

Mas mesmo assim, devido à soberbia, não assumem seus erros e culpam a um pretenso demônio, o qual desgraçou sua vida, pois estavam na religião errada, sob a influência desse demônio que dirigia aquela religião. Geralmente acabam virando ex-pais, ex-mães e ex-filhos de encosto, o que não deixa de ser verdade, pois esses médiuns nunca serviram a Deus, aos Orixás e nem aos Guias Espirituais e Guardiões verdadeiros, mas sim, a encostos. Deviam sim, observarem que Deus lhes deu uma oportunidade bendita e redentora na prática da caridade desmedida através da mediunidade redentora, e eles, por ignorância e muitas vezes maldade, praticaram os atos mais absurdos, tudo em nome da Umbanda.

Não se esqueçam que somos espíritos endividados, que estamos encarnados todos sob a pele do cordeiro (que é o nosso corpo).

Todos têm a mesma oportunidade para se erguerem, mas não temos condições de observarmos quem é quem; aí que cada um semeie bem, pois Jesus disse:
“A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”, “e cada um vai colher aquilo que plantou”.
“Quem semeia somos nós, mas quem colhe é Deus Pai Todo Poderoso”.
O terceiro e último caso é o sexo fácil.

Esse é um dos aspectos mais críticos e perigosos, e um dos mais difíceis de ser perdoado.

Temos visto, em nossa caminhada pela Umbanda, vários médiuns caírem pelo sexo.
Inclusive atualmente, médiuns “famosos”, casados, utilizando-se de sua influência e aproveitando a carência afetiva de algumas irmãs iludidas por acharem que estão sendo “amadas” por alguém “iluminado” (os famosos semi-deuses, mestre, magos ou orixás encarnados), forçam uma situação, e aproveitam-se sentimentalmente e sexualmente, satisfazendo seus sórdidos desejos.

Esses casos são difíceis de serem perdoados, porque a moral do médium fica na lama em que ele mesmo se sujou.

Por mais que tente, nunca vai conseguir apagar a lembrança dos atos cometidos e sempre vai ter alguém a lembrá-lo de sua queda, pois iludiram, enganaram e usaram pessoas desequilibradas em seus sentimentos.

É uma mancha que, mesmo que nos reabilitemos, nunca será apagada.
Devido aos envolvimentos existentes com bajulações e fanatismo, ele constantemente é endeusado. Daí, para receber elogios do sexo oposto (ou do mesmo sexo) fica visado, e tem a propensão para se deixar fascinar, quando se vê numa pessoa muito apessoada.

Quando trabalhamos na luz, constantemente somos combatidos pelo baixo astral, que envia todas as formas existentes, principalmente em nossas fraquezas, para que caiamos.

Lembre-se de Jesus: “Orai e vigiai, para não cairdes em tentação”.
Logo, quando o baixo astral vê uma brecha, e essa brecha é uma forte predisposição sexual, é aí que eles veem a oportunidade de atacá-lo.

Lançam mão de todos os recursos, até conseguirem seus objetivos.
O médium que está desavisado, por ignorância espiritual, ou mesmo por ter o espírito doente, cai nas malhas do baixo astral, e se entrega ao sexo desmedido dentro do ambiente religioso.

Como temos dito, o médium é constantemente avisado pelos seus Guias Espirituais sobre todos os aspectos que o cercam.

Estão sempre vigilantes, mas acontece que esse médium, usando de seu livre- arbítrio, já dentro de uma incontida predisposição ao sexo, cai e vira as costas à moral, repelindo automaticamente toda influência benéfica que poderia tirá-lo de sua caída.
Tanto pela forte incontinência sexual, como por uma sexualidade irrefreável com os médiuns do “terreiro”, não há desculpas.

A caída do médium, pelo fato de se relacionar sem moral com os médiuns do “terreiro”, ocasiona seu fracasso, e nesse caso não há desculpas.

Quando o médium começa a sofrer as consequências do seu ato insano, vai à procura de Guias Espirituais de outros médiuns, a fim de resolverem seus problemas.
O Guia Espiritual, como é sabedor da questão, diz que: “em surra de Guia, eu não ponho a mão” ou “quando Caboclo bate, não reparte pancada”.
E haja punição.

Após algumas disciplinas necessárias, alguns desses médiuns se emendam, ficam com medo, e procuram não mais errar, e se voltam às linhas justas dos trabalhos espirituais.

Porém, as maioria desses médiuns, mesmo passando por uma disciplina, não se emendam e continuam praticar os mesmos atos, como se nada houvesse acontecido e infelizmente acabam denegrindo a imagem de suas vitimas, geralmente dizendo que eles é que estavam sendo seduzidos por uma pessoa inescrupulosa e que essa pessoa é uma servidora das trevas para destruí-lo.

Então os Guias Espirituais vêem que não há mais jeito, e se afastam do médium, deixando-o a mercê da sua própria sorte.

Uma coisa é verdade. Nenhum desses médiuns fracassados ficou com o seu Guia Espiritual em sua guarda, pois erraram e persistiram no erro.

O que acontece muito é que esses médiuns costumam dar a desculpa que estão com uma demanda em cima deles, muito forte.

A força de pemba é tão grande em cima desses médiuns, que rapidamente fazem com que percam sua fé na Umbanda, e o redirecionam a outra religião, pois aqui não souberam sorver a Espiritualidade Superior emanada de nossos Guias Espirituais.
Creio que todos tenham entendido bem tudo o que aqui está escrito, e compreenderam bem, pois não é o erro em si, porque errar é humano e todos podemos errar um dia.

A questão é cometer o mesmo erro, é persistir nos mesmos erros.
Os nossos Guias Espirituais não são carrascos, mas não podem acobertar nossos erros, e nem a repetição dos mesmos.

Outro fato, até corriqueiro no meio Umbandista é quando temos pessoas ao nosso lado, dizendo serem nossas amigas, e quando, por qualquer motivo se afastam de nós, acabam tornando-se “inimigas” e a partir daí, tudo o que acontece de ruim na vida daquela pessoa é por força de demanda.
A mínima dor de cabeça, falta de dinheiro, mal estar, sempre será culpa do outro médium ou do outro terreiro que esta demandando com ele, querendo destruí-lo.

Inclusive, acontece também o fato de que outras pessoas que também se afastaram daquele terreiro, achegando-se àquela pessoa, através de comentários e fofocas, com suas mentes conturbadas acabam sendo alertadas por aquele individuo que estão com uma demanda, também mandada por aquele terreiro e assim a corrente da discórdia e das mentiras vai crescendo assustadoramente. O baixo astral, astuto e inteligente, apossa-se desses médiuns incautos e através de persuasão mental acabam convencendo-os da realidade das demandas, inclusive fazendo até “vários videntes” verem a demanda sendo feita.


Com isso, o médium incauto acaba realizando magias defensivas e ofensivas, cometendo injustiça e ai sim, caindo de vez nas malhas do baixo astral que sai vitorioso.
O baixo astral é ardiloso e faz tudo para convencer as pessoas, utilizando todos os meios a fim de convencê-la, para que acredite estar sendo prejudicada por outros.
A coisa é grave, pois esses médiuns incautos ainda não aprenderam o Evangelho, o amor, a bondade, o perdão e a fé.
Quem é sabedor da Lei da Causa e Efeito e da Lei do Retorno, jamais deveria levantar sua mão contra ninguém, pois teria a certeza de que a providência Divina estaria do seu lado.'


Autor desconhecido.