Atualmente muitos Terreiros realizam o chamado “Pães de Ògún”. Resumidamente nas festas em homenagem ao Òrìsà Ògún, pães são distribuídos aos filhos e demais pessoas presentes. Muitos acreditam que a cerimônia ocorre em razão do sincretismo de Ògún com Santo Antônio e em razão dos pães desse santo. Em verdade, o surgimento dessa cerimônia ocorreu em 1.952, em razão de um acontecimento com a Ìyálòrìsà Simpliciana Basília da Encarnação –, a aclamada Mãe Simplícia de Ògún, então Ìyálòrìsà do Asè Òsùmàrè, mãe carnal da Ìyálòrìsà Nilzete de Yemoja e avó de Pai Pecê.
Mãe Simplícia ascendeu à posição de Ìyálòrìsà do Asè Òsùmàrè em 1.952 e à época, com muito esforço e dedicação lutava para conseguir manter a estrutura do Asè e para que nada faltasse para os Òrìsà ou para a sua família. Mãe Simplícia sempre trabalhou, mas mesmo com a venda de fato e de quitutes, era muito difícil manter tudo.
Todos os dias pela manhã, antes de ir ao Retiro onde comercializava fato, mãe Simplícia cumpria um rigoroso ritual. Ia até a cozinha onde pegava farinha para com água entregar a Èsù, pedindo que o dia fosse bom e que não passasse por dificuldades, entoava um antigo cântico ao galo e dava início a sua longa jornada.
Certa vez Mãe Simplícia ao entrar na cozinha para novamente cumprir seu ritual, deparou-se com as latas de farinhas vazias – havendo somente pão. Diante do cenário desolador, Mãe Simplícia suplicou a Ògún que não deixasse jamais faltar algo dentro de sua casa que, quando da realização da sua festa, ela daria pães de lembrança.
Com o passar dos dias, Mãe Simplícia conseguia ainda que de forma tímida se estruturar financeiramente e com as chamadas “caixas”, conseguia seguir o calendário religioso do Asè Òsùmàrè. Quando chegou a festa de Ògún, mãe Simplícia não se esqueceu da promessa que havia feito no momento de grande dificuldade e preparou uma certa quantidade de pães para serem distribuídos. Pessoalmente, mãe Simplícia colocava os pães em saquinhos, enfeitando-os com fitinhas na cor azul, ela era caprichosa e gostava das coisas bonitas e arrumadas. Assim aconteceu no primeiro e segundo ano da gestão de Mãe Simplícia.
No terceiro ano, Mãe Simplícia já se estabelecera como importante Ìyálòrìsà do Candomblé da Bahia e com muito esforço, dedicação e trabalho, havia conseguido comprar um fogão para o Terreiro de Candomblé – até então, só havia fogão de lenha no Asè e não era comum o uso do fogão a gás. Mãe Simplícia estava muito contente, pois poderia fazer no próprio Asè os pães para as lembrancinhas da festa de Ògún Dekisi.
Dessa forma, mãe Simplícia organizou tudo para que os pães fossem assados no Terreiro, enfeitados e distribuídos aos devotos de Ògún. Porém, no dia da festa, durante o preparo dos pães, o gás acabou e ninguém conseguia achar um local que vendesse para que todos os pães fossem assados. Pouco antes do início da festa, finalmente conseguiram o gás, mas já era tarde. Mãe Simplícia pediu que assassem os pães, mas que seriam servidos no café, no dia seguinte, sendo que ela não conseguiria fazer as lembrancinhas. Muito sesolada pelo fato de não conseguir manter a sua promessa, Mãe Simplícia deu início a festa de forma muito triste, enquanto os pães eram assados para serem distribuídos no outro dia.
Quando Ògún foi sair para o “Hun”, ele surpreendeu a todos...
De forma inesperada Ògún entrou na cozinha pegando os pães que ainda estavam esfriando, sendo que como relatado, a falta do gás atrasou o preparo. Ògún pegou um balaio, enfeitou com o màrìwò de suas vestes, colocando nele todos os pães que foram feitos. Emocionados, os filhos do Asè Òsùmàrè aclamavam Ògún. Aquele venerável Òrìsà que mãe Simplícia tanto amava, entrou com os pães no salão.
Ògún de Mãe Simplícia então começou a distribuir aqueles pães. Os filhos do Asè recebiam os pães de forma muito emocionada, conclamando Ògún. Para eles, aquele pão carregava uma simbologia muito grande. Aquele pão não retratava as dificuldades passadas por mãe Simplícia, mas sim, a vitória dela obtida por meio da fé naquele Òrìsà tão poderoso. Òrìsá que mesmo com o seu perfil de lutador e vencedor das grandes batalhas, teve a sensibilidade para ver a apreensão no coração da sua filha, tomando assim, uma atitude que anos depois, passou a ser replicada pelos descendentes do Asè Òsùmàrè e de outras famílias, torando uma das tradições mais bonitas da nossa Casa.
Mãe Simplícia ascendeu à posição de Ìyálòrìsà do Asè Òsùmàrè em 1.952 e à época, com muito esforço e dedicação lutava para conseguir manter a estrutura do Asè e para que nada faltasse para os Òrìsà ou para a sua família. Mãe Simplícia sempre trabalhou, mas mesmo com a venda de fato e de quitutes, era muito difícil manter tudo.
Todos os dias pela manhã, antes de ir ao Retiro onde comercializava fato, mãe Simplícia cumpria um rigoroso ritual. Ia até a cozinha onde pegava farinha para com água entregar a Èsù, pedindo que o dia fosse bom e que não passasse por dificuldades, entoava um antigo cântico ao galo e dava início a sua longa jornada.
Certa vez Mãe Simplícia ao entrar na cozinha para novamente cumprir seu ritual, deparou-se com as latas de farinhas vazias – havendo somente pão. Diante do cenário desolador, Mãe Simplícia suplicou a Ògún que não deixasse jamais faltar algo dentro de sua casa que, quando da realização da sua festa, ela daria pães de lembrança.
Com o passar dos dias, Mãe Simplícia conseguia ainda que de forma tímida se estruturar financeiramente e com as chamadas “caixas”, conseguia seguir o calendário religioso do Asè Òsùmàrè. Quando chegou a festa de Ògún, mãe Simplícia não se esqueceu da promessa que havia feito no momento de grande dificuldade e preparou uma certa quantidade de pães para serem distribuídos. Pessoalmente, mãe Simplícia colocava os pães em saquinhos, enfeitando-os com fitinhas na cor azul, ela era caprichosa e gostava das coisas bonitas e arrumadas. Assim aconteceu no primeiro e segundo ano da gestão de Mãe Simplícia.
No terceiro ano, Mãe Simplícia já se estabelecera como importante Ìyálòrìsà do Candomblé da Bahia e com muito esforço, dedicação e trabalho, havia conseguido comprar um fogão para o Terreiro de Candomblé – até então, só havia fogão de lenha no Asè e não era comum o uso do fogão a gás. Mãe Simplícia estava muito contente, pois poderia fazer no próprio Asè os pães para as lembrancinhas da festa de Ògún Dekisi.
Dessa forma, mãe Simplícia organizou tudo para que os pães fossem assados no Terreiro, enfeitados e distribuídos aos devotos de Ògún. Porém, no dia da festa, durante o preparo dos pães, o gás acabou e ninguém conseguia achar um local que vendesse para que todos os pães fossem assados. Pouco antes do início da festa, finalmente conseguiram o gás, mas já era tarde. Mãe Simplícia pediu que assassem os pães, mas que seriam servidos no café, no dia seguinte, sendo que ela não conseguiria fazer as lembrancinhas. Muito sesolada pelo fato de não conseguir manter a sua promessa, Mãe Simplícia deu início a festa de forma muito triste, enquanto os pães eram assados para serem distribuídos no outro dia.
Quando Ògún foi sair para o “Hun”, ele surpreendeu a todos...
De forma inesperada Ògún entrou na cozinha pegando os pães que ainda estavam esfriando, sendo que como relatado, a falta do gás atrasou o preparo. Ògún pegou um balaio, enfeitou com o màrìwò de suas vestes, colocando nele todos os pães que foram feitos. Emocionados, os filhos do Asè Òsùmàrè aclamavam Ògún. Aquele venerável Òrìsà que mãe Simplícia tanto amava, entrou com os pães no salão.
Ògún de Mãe Simplícia então começou a distribuir aqueles pães. Os filhos do Asè recebiam os pães de forma muito emocionada, conclamando Ògún. Para eles, aquele pão carregava uma simbologia muito grande. Aquele pão não retratava as dificuldades passadas por mãe Simplícia, mas sim, a vitória dela obtida por meio da fé naquele Òrìsà tão poderoso. Òrìsá que mesmo com o seu perfil de lutador e vencedor das grandes batalhas, teve a sensibilidade para ver a apreensão no coração da sua filha, tomando assim, uma atitude que anos depois, passou a ser replicada pelos descendentes do Asè Òsùmàrè e de outras famílias, torando uma das tradições mais bonitas da nossa Casa.
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