quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Mediunidade Consciente x Mediunidade Inconsciente



Os atabaques retumbam no ambiente trazendo vibração ao corpo de todos que ali estão. As entidades no plano astral se aproximam e vão criando laços energéticos entre seus corpos astrais e o duplo etérico do médium.  O brado anuncia a chegada do Guia-chefe da casa espiritual enquanto os outros médiuns esperam a permissão para cederem ao transe mediúnico. Em um canto do Terreiro, um médium sente todas essas sensações pela primeira vez, e um impulso em ajoelhar-se, bradar e mexer as mãos. Eis que se manifesta seu Guia espiritual, trazendo o neófito a uma nova realidade. O médium novato está assustado, pois achava que após o transe da incorporação ele perderia a consciência e entraria em uma espécie de sono, mas ali está ele, presente, ouvindo tudo, vendo tudo, sentindo tudo. E, nesse momento, a insegurança o acomete e ele pergunta: “Sou eu ou o Guia? Quando eu serei inconsciente?”.
Então, eis as respostas para estas duas perguntas: são os dois e NUNCA!
Os médiuns inconscientes clamam por presenciar os trabalhos e os conscientes clamam por apagarem. Incrível, não? A gente nunca está satisfeito com nada!
Ser inconsciente não indica grau de evolução: apenas é uma forma de manifestação mediúnica, muito rara hoje em dia, e com os dias contados. A espiritualidade determinou que é necessário que o médium aprenda e participe. Já passou da hora de assumir um pouco da responsabilidade. De que adianta o Guia se manifestar inconscientemente e fazer todo o trabalho e o médium continuar em estado de letargia?
No princípio era necessária a manifestação física, as provas e tudo mais para fundamentar a religião. Com o espiritismo ‘kardecista’ também foi assim, através das mesas girantes e das materializações. Mas tudo evolui, e chega o momento em que devemos deixar as provas de lado e ter fé. No começo, até mesmo para evitar que o médium interrompesse as manifestações mais ‘pirotécnicas’, era necessário apagar a consciência do individuo. Mas hoje é assim? De forma alguma.
Em um mundo moderno, cheio de recursos e informações, devemos prezar pela busca constante de entendimento e conhecimento. Então, não tema em ser um médium consciente: apenas confie e se deixe levar, com caráter e bom-senso. Quer se tornar um bom médium? Então se torne um bom ser humano. Estude, pratique a caridade, procure trabalhar a reforma interior, estabeleça metas e objetivos, aprenda a perdoar. Tudo isso auxilia no processo mediúnico, mesmo que nesse momento você esteja apegado a fenomenologia.
Um de meus mentores diz sempre, não basta só incorporar um espírito é preciso incorporar os valores que esse espírito carrega.
Por Douglas Rainho

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