terça-feira, 29 de setembro de 2015

Mediunidade e Umbanda






A mediunidade é uma das formas utilizadas pelo Astral para evolução material e espiritual do ser e da humanidade, pois sendo uma capacidade natural que todos nós temos, em graus e tipos diferentes de servimos de veiculo de comunicação entre planos de vidas diferentes. Essa disposição orgânica pode ficar latente a vida toda, mas quando aflora, traz normalmente com ela alguns sintomas que nada tem haver diretamente com seu aparecimento, e sim, com desequilíbrios já sentido e manifestado pelo médium de forma mais suave, mas que o incomoda de qualquer forma.

Acontece é que, quando a mediunidade aflora, nossa sensibilidade, psíquica, emocional e energética fica mais sutil e conseqüentemente mais impressionável, nos incomodando e desequilibrando ainda mais. E se não bastasse esse desequilíbrio, juntam-se a ele outros fatores como: a falta de conhecimento, o medo do novo (desconhecido) que agravam ainda mais o problema, dando o tão conhecido e mal afamado “desequilíbrio mediúnico” que pode causar imensos transtorno na saúde, psíquica e emocional do médium, que pode repercutir também na sua vida sentimental e profissional, devido ao desequilíbrio acentuado.

Muitas vezes por desconhecimento desta causa muito procuram ajudas médicas, onde são receitados fármacos fortíssimos, chegando algumas vezes, inclusive a serem internados em clínicas especializadas para tratamento devido a uma ação mediúnica desequilibrada.
Assim, o novo médium precisa aprender a se reeducar física, psíquica, emocional, espiritual e moralmente, pois através de uma maior compreensão de si mesmo e de um pouco de estudo passa a adequar seu comportamento a sua nova condição, criando assim uma nova vibração energética, que deixará de ressoar com energias nem sempre boas de pessoas e ambientes aos quais freqüenta, afastando-se de influências espirituais danosas, para começar se conectar com freqüências espirituais mais elevadas, que o ajudam no seu reequilibro.

Normalmente o novo médium é aconselhado a desenvolver (educar) sua mediunidade, mas antes de começar, deverá procurar um local íntegro e onde ele se sinta afinizado, para que não venha depois a desistir por incompatibilidade com as regras estabelecidas.
Sentir-se bem numa casa de trabalho espiritual, já é um forte indício, que seu caminho de desenvolvimento pode estar por lá. Mas atenção, quando estamos em desequilíbrio espiritual, muitas vezes somos induzidos a sentir-se mal sempre que uma ajuda efetiva poderá se realizar.

Sabendo que a mediunidade é uma faculdade que se assenta no mental do médium, não no cérebro, e sim num campo eletromagnético que nos permeia, o novo médium e não só, devem vigiar seus pensamentos, para que com pensamentos claros e elevados, vá moldando seu caráter e sua energia, a fim de se conectar de forma melhor com seus mentores espirituais. Pois é através do que irradiamos pela mente que as conexões espirituais se criam, assim como um pensamento luminoso se conecta e atrai forças do alto, pensamentos de baixo teor nos conecta e atrai forças do em baixo. Criando assim laços magnéticos que tanto podem auxiliar o médium, como no primeiro caso, como também podem criar laços obsessivos que em muito compromete a vida do médium em todos os sentidos.

Há vários tipos de médiuns: os clariaudientes, clarividentes, sensitivos, videntes, psicografos e mais algumas dezenas de outras formas conhecidas, mas na Umbanda se dá o predomínio da mediunidade de incorporação, visto que nossos trabalhos são baseados nesse tipo de mediunidade, o que não quer dizer que outros médiuns dotados de um tipo de mediunidade diferentes não sejam aceitos dentro de uma corrente e até estimulados a usarem de sua sensibilidade em favor da nossa Umbanda.
Incorporação

Muitos acreditam que durante um processo de incorporação, o espírito do médium sai de seu corpo, e fica sei lá a onde, enquanto o espírito da entidade assume seu corpo para trabalhar. Essa idéia além de fantasiosa, é também intimidante, pois não é agradável saber que nosso espírito anda “solto”, “perdido” algures no espaço. Felizmente hoje essa idéia começa a perder espaço na mente das pessoas, cada vez mais elucidadas sobre a espiritualidade.

Essa confusão acontece porque no início das manifestações mediúnicas, ou melhor, quando as pessoas começaram a prestar atenção nestas manifestações, tudo era muito novo. E para que os médiuns não interferissem nos novos ensinamentos que eram transmitidos pela espiritualidade maior, os médiuns precursores das boas novas espirituais eram dotados de uma mediunidade cada vez mais rara nos dias de hoje que é, a mediunidade inconsciente. E com nossa Umbanda não se passou de forma diferente. Os pioneiros de nossa religião quanto entravam em transe e eram “tomados” pelos seus Guias ou Orixás e nada viam ou sentiam, ou melhor, não se lembravam, ficando como que adormecidos durante o transe. Esse método utilizado pelo Astral era para que se tornasse mais fácil, explicar e conduzir os novos ensinamentos, preparando o terreno para os novos tempos que já se vislumbravam. Com o passar dos anos, e com os ensinamentos básicos já assentados, a inconsciência deixou de ser necessária, para que os médiuns aproveitassem os ensinamentos transmitidos.

Pois na realidade, a incorporação, trata-se do processo de conexão entre os corpos energéticos, o do médium e o da entidade, é uma acoplação por afinidades energéticas, onde uma entidade se liga no campo magnético do médium e ao seu perispírito, criando assim, uma união que assumirá parcialmente o comando dos pensamentos e ações do médium, ou seja, duas pessoas unidas espiritualmente que trabalham em conjunto, auxiliando-se mutuamente e doando o que há de melhor em cada um, sem contudo deixarem de ser quem são.

Durante o transe, o médium deixa-se passivo e é incorporado pelo seu guia, e tudo ouve e tudo vê, mas quando seu guia é instado a responder ou agir, ele faz de forma imediata, sem que o médium tenha tempo de pensar sobre o que está sendo falado ou feito.
Após a subida da entidade, é normal que o médium tenha alguns lapsos de memória e não se lembre inteiramente do que viu e ouviu, perdendo também a noção do tempo durante o transe mediúnico.


Com o passar do tempo o médium fica cada vez mais inconsciente durante os trabalhos, o que não significa que ele perca toda a sua consciência. Pois são raros os médiuns totalmente inconscientes.


Salve o Astral, Salve a Umbanda!
Autor: Heldney Cals

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Erês - Características, nomes e imagens




Ibeijada, Yori, Erês, Dois-Dois, Crianças, Ibejis, são esses vários nomes para essas entidades que se apresentam de maneira infantil.Quando chegam no terreiro transformam o ambiente em pura alegria.

YORI: um dos raros termos sagrados que se manteve sem nenhuma alteração. Esse termo, assim como Yorimá, era de pleno conhecimento da pura Raça Vermelha, só se apagando do mental do Ser humano após a catástrofe da Atlântida. Ele ressurgiu através do Movimento Umbandista, em sua mais alta pureza e expressão. Traduzindo este vocábulo através do alfabeto Adâmico, temos: A Potência Divina Manifestando-se; A Potência dos Puros.

BEIJADA: Nome dado no Brasil, às entidades que se apresentam sob a forma de crianças. São, conforme a crença geral, nos cultos afro-brasileiros e na Umbanda, as falanges dos Orixás gêmeos africanos IBEJIS

IBEJI : (ib: “nascer”; eji: “dois”) Orixás gêmeos africanos que correspondem, no sincretismo afro-brasileiro, aos santos católicos Cosme e Damião. Ibeji na nação Keto, ou Vunji nas nações Angola e Congo.
DOIS DOIS: Nome pela qual são designados os santos católicos Crispim e Crispiniano; os santos Cosme e Damião; o Orixá africano IBEJI e a falange das crianças na Umbanda.

ERÊ: Vem do yorubá iré que significa “brincadeira, divertimento”. Existe uma confusão latente entre o Orixá Ibeji e os Erês. É evidente que há uma relação, mas não se trata da mesma entidade. Ibeji, são divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos Cosme e Damião. Erês, Crianças, Ibejada, Dois-Dois, são Guias ou Entidades de caráter infantil que incorporam na Umbanda.





São espiritos naturais, que jamais passaram pelo processo de encarnação, encantados da natureza, seres de imensa luz e sabedoria, que utilizam da roupagem infantil para nos trazer sabedoria através de um sorriso.

No decorrer das consultas vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano. Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles. Por apresentarem aspecto infantil podem não ser levadas muito a sério, porém o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso foram associadas à Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elementos. O elemento e força da natureza correspondente a Ibeji são todos, pois ele poderá, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos. Eles manipulam as energias elementais e são portadores naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem. Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa. Embora as crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito para o seu trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinários conhecimentos. Imaginem uma criança com menos de sete anos possuir a experiência e a vivência de um homem velho e ainda gozar a imunidade própria dos inocentes. A entidade conhecida na umbanda por erê é assim. Faz tipo de criança, pedindo como material de trabalho chupetas, bonecas, bolinhas de gude, doces, balas e as famosas águas de bolinhas -o refrigerante e trata a todos como tio e vô.



Nomes :

Rosinha, ---> Da Cachoeira, Do Jardim, etc ...
Mariazinha ---> Da Praia, da Beira da Praia, etc ..
Ritinha, 
Pedrinho ---> Da Praia, da Pedreira, etc...
Paulinho,
Joãozinho,
Francisquinho, 
Cosminho,
Crispim,
Flechinha,
Estrelinha,
Damiana,

etc...





Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros descem chorando, outros estão sempre com fome, etc... Estas características, que às vezes nos passam desapercebido, são sempre formas que eles têm de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém da assistência.

A festa de Cosme e Damião, santos católicos sincretizados com Ibeiji, à 27 de Setembro é muito concorrida em quase todos os terreiros do pais. Uma curiosidade: Cosme e Damião foram os primeiros santos a terem uma igreja erigida para seu culto no Brasil. Ela foi construída em Igarassu, Pernambuco e ainda existe.


Comem : bolos, balas, refrigerantes, normalmente guaraná e frutas.


Velas: Cor-de-rosa, azul claro, brancas.
Flores: Rosas brancas e cor de rosa, flores do campo
Frutas: Uva, pêssego, goiaba, maçã, morango, cerejas, ameixas.
Comidas: Doces, Frutas, Arroz Doce, Cocadas, Balas, Bolo
Bebidas: Guarané, Suco de frutas
Portais de Cura: Flores, quartzo rosa e azul, mel, velas branc

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Você precisa desenvolver sua mediunidade, senão sua vida não vai melhorar

Esta é uma frase muito ouvida dentro dos Templos de Umbanda e igualmente mal compreendida. Muitas vezes, quem a ouve chega a pensar que esta mediunidade é uma maldição em sua vida, que é uma praga ou um “karma”, enquanto a mediunidade é um dom e uma benção desconhecida.
A mediunidade é algo que o ser conquista ao longo de várias encarnações e o problema na vida não é o “ter” a mediunidade e sim o “não saber” como lidar com ela. E, claro, a mediunidade pode ser trabalhada de diversas formas, em lugares e filosofias diferentes de acordo com sua afinidade, mas é comum que os afins se atraiam e muitos que são afins com a Umbanda são atraídos para ela sem saberem que esta afinidade é algo real. 
Muitas vezes a Umbanda é seu lugar, mas nem sempre o Templo que lhe acolheu é o seu lugar dentro da Umbanda. Muitas vezes a Umbanda é um lugar desconhecido dentro de você e não um local físico a ser encontrado. Nem sempre o primeiro Templo que nos acolhe será a sua “casa” dentro da Umbanda. E como a virtude NUNCA pede recompensa, não existe dívida por caridade recebida, apenas o sentimento de gratidão e a liberdade de procurar seu Templo interno e externo, aquele que melhor puder lhe acolher de acordo com sua simpatia, empatia e afinidade.
A Umbanda lhe ensina a seguir seu coração; é um caminho de amor e liberdade, no qual não cabe o medo e a obrigação como peso para sua alma que venha a lhe acorrentar a uma situação ou lugar.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Os objetos ritualísticos na Umbanda



Uma das principais coisas que chama atenção nas pessoas que vão pela primeira vez num Terreiro é ver os médiuns envoltos por colares e pulseiras de tudo que é cor. Mas poucos sabem a tamanha importância que têm estes “estranhos objetos”.
O colar denominado na Umbanda de guia é uma peça fundamental, formada por contas de cristal, tem como objetivo proteger o médium de qualquer má influência ou vibração. O cristal, como a maioria sabe, é um grande condutor de energia; quando preparado e magnetizado pelo Guia do médium será sempre a proteção durante os seus trabalhos.
Um médium vidente pode observar que, durante os trabalhos, quando as guias são ativadas pelas entidades, elas brilham formando um campo de proteção em volta do médium. Ao contrário do que dizem, as guias não são para os mentores mas sim para o médium.
Deve ser feita sempre de cristal ou vidro e nunca de plástico, pois o plástico é isolante, não absorve e nem repele energias. Existe todo um processo especial na preparação das guias, mas não vou aqui relacionar por que cada guia tem o motivo de estar sendo preparada e é uma coisa individual e particular de cada médium. Por isso, é melhor que a própria entidade ensine como se deve preparar.
O mesmo objetivo de proteção também é destinado aos cocares, chapéus, etc.  O giz usado na Umbanda é denominado de Pemba, que é também de grande importância e fundamental em todos os trabalhos. Há quem diga que “médium que não tem Pemba no Congá, não é médium”.  O “pó mágico” como dizem outros, quando “cruzado”, ou seja, magnetizado pela entidade, se torna um grande fixador de energias.
É utilizado para riscar pontos nas pessoas, mas principalmente riscar os pontos no chão. Cada ponto tem um significado que só a entidade que risca sabe. O ponto quando riscado está criando um elo com o plano espiritual que emana energias, fluídos, vibrações, etc., diretamente no ponto. Na maioria dos casos quando é riscado um ponto a entidade põe alguém necessitado dentro dele; é quando a pessoa às vezes começa sentir sono, o corpo vibrar, arrepios, etc. Isto ocorre devido a ligação direta que está tendo com determinado Guia ou energia ali fixada.
É possível também um médium vidente ver os pontos riscados brilharem e emanarem luzes diversas.
Texto extraído do Jornal de Umbanda Sagrada – JUS

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Mediunidade Consciente x Mediunidade Inconsciente



Os atabaques retumbam no ambiente trazendo vibração ao corpo de todos que ali estão. As entidades no plano astral se aproximam e vão criando laços energéticos entre seus corpos astrais e o duplo etérico do médium.  O brado anuncia a chegada do Guia-chefe da casa espiritual enquanto os outros médiuns esperam a permissão para cederem ao transe mediúnico. Em um canto do Terreiro, um médium sente todas essas sensações pela primeira vez, e um impulso em ajoelhar-se, bradar e mexer as mãos. Eis que se manifesta seu Guia espiritual, trazendo o neófito a uma nova realidade. O médium novato está assustado, pois achava que após o transe da incorporação ele perderia a consciência e entraria em uma espécie de sono, mas ali está ele, presente, ouvindo tudo, vendo tudo, sentindo tudo. E, nesse momento, a insegurança o acomete e ele pergunta: “Sou eu ou o Guia? Quando eu serei inconsciente?”.
Então, eis as respostas para estas duas perguntas: são os dois e NUNCA!
Os médiuns inconscientes clamam por presenciar os trabalhos e os conscientes clamam por apagarem. Incrível, não? A gente nunca está satisfeito com nada!
Ser inconsciente não indica grau de evolução: apenas é uma forma de manifestação mediúnica, muito rara hoje em dia, e com os dias contados. A espiritualidade determinou que é necessário que o médium aprenda e participe. Já passou da hora de assumir um pouco da responsabilidade. De que adianta o Guia se manifestar inconscientemente e fazer todo o trabalho e o médium continuar em estado de letargia?
No princípio era necessária a manifestação física, as provas e tudo mais para fundamentar a religião. Com o espiritismo ‘kardecista’ também foi assim, através das mesas girantes e das materializações. Mas tudo evolui, e chega o momento em que devemos deixar as provas de lado e ter fé. No começo, até mesmo para evitar que o médium interrompesse as manifestações mais ‘pirotécnicas’, era necessário apagar a consciência do individuo. Mas hoje é assim? De forma alguma.
Em um mundo moderno, cheio de recursos e informações, devemos prezar pela busca constante de entendimento e conhecimento. Então, não tema em ser um médium consciente: apenas confie e se deixe levar, com caráter e bom-senso. Quer se tornar um bom médium? Então se torne um bom ser humano. Estude, pratique a caridade, procure trabalhar a reforma interior, estabeleça metas e objetivos, aprenda a perdoar. Tudo isso auxilia no processo mediúnico, mesmo que nesse momento você esteja apegado a fenomenologia.
Um de meus mentores diz sempre, não basta só incorporar um espírito é preciso incorporar os valores que esse espírito carrega.
Por Douglas Rainho