quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Iansã, rainha dos raios, ventos e tempestades.

Sua grande qualidade, a garra, e seu grande defeito, a impensada franqueza...

Deusa Guerreira. Seu filho é conhecido por seu temperamento explosivo. Por seu temperamento inquieto e extrovertido em qualquer lugar chama a atenção. Sempre a sua palavra é que vale e gosta de impor aos outros a sua vontade. Não admite ser contrariado, pouco importando se tem ou não razão, pois não gosta de dialogar. Em estado normal é muito alegre e decidido. Questionado torna-se violento, partindo para a agressão, com berros, gritos e choro. Tem um prazer enorme em contrariar todo tipo de preconceito. Passa por cima de tudo que está fazendo na vida, quando fica tentado por uma aventura. Em seus gestos demonstra o momento que está passando, não conseguindo disfarçar a alegria ou a tristeza. Não tem medo de nada. Enfrenta qualquer situação de peito aberto. Ciumento demonstra egoísmo porque não se importa com que os outros sofram pelo seu gênio reconhecidamente mal-humorado. É leal e objetivo. Sua grande qualidade, a garra, e seu grande defeito, a impensada franqueza, o que lhe prejudica o convívio social. Por ser tão marcante seu gênio, se este fosse controlado, o que não é difícil, seria pessoa muito mais feliz e querida. Tem o grande defeito de gostar de seus defeitos.
Para definir bem a influência dos orixás nas pessoas vou contar uma estória engraçada: eu explicava para um grupo as influências dos Orixás nas pessoas. Simulei um fato. Duas pessoas brigando. Passando um filho de Ogum , ou ele passa direto e nem olha, ou já vai se meter na briga. Um filho de Xangô para, fica olhando, e já começa a reclamar. Coitado do baixinho! Por que será esta briga? Acho que aquele alto não tem razão. E pior, nem sabe brigar. É um fraco. E fica questionando. Um filho de Oxóssi para, senta no chão e, rindo, fica assistindo e se deleitando com a briga. Deu a entender ter terminado. Achei sugestiva sua explicação. Alguém indagou qual seria o comportamento das filhas do povo da água. Diante da minha negativa, alguém se propôs a completar. Bem, disse, uma filha de Iemanjá chamaria os dois, colocaria suas cabeças em seu colo e os acalmaria recomendando paz. Uma filha de Iansã já reclamaria e chamaria a polícia. E parou. De propósito, o esperto.
Bem, perguntou alguém, e uma filha de Oxum, que faria? Nada, respondeu. Nem poderia. Os dois estavam brigando por causa dela...
COR: Vermelho escuro, coral, e em algumas casa o amarelo leitoso.
AMALÁ: 7 velas brancas e 7 vermelhas, água mineral, acarajé ou milho em espiga coberto com mel ou ainda canjica amarela, fitas branca e vermelhas, e flores.
ENTREGA: Em pedra ao lado de um rio, pedreiras, e bambuzal.
ERVAS: Catinga de mulata, Cordão de Frade, Gerânio Cor-de-Rosa ou Vermelho, Açúcena, Folhas de Rosa Branca, Erva de Santa Bárbara

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O que significam Saravá, Eparrei, Odoiá, Odossiaba





Saravá, Eparrei, Odoiá, Odossiaba são saudações.

Saravá significa pedir a bênção, sendo uma saudação genérica entre a maioria das casas de Umbanda, independente da sua derivação.

Outras saudações:

Epa Babá – saudação ao Orixá Oxalá significando: olá, com admiração e espanto.

Okê Oxossi ou Okê Arô – saudação ao Orixá Oxossi que significa: salve aquele que grita, que brada; Salve o caçador; Salve, Oxossi.  Também usado como saudação aos Caboclos (Okê, Caboclo).

Ogum iê – saudação ao Orixá Ogum, significando salve Ogum.

Epa Hei (ou Eparrei) – saudação a Orixá Iansã e significa Olá com admiração. Esse espanto de grandeza de admiração ao ver a Orixá e dizer a ela Olá Iansã, Olá Oyá.

Ora ieieo – Saudação a Orixá Oxum e significa salve a benevolente mãezinha.

Odoiá ou Odossiaba – saudação a Orixá Iemanjá e significam Mãe das águas.

Atotô – saudação para o Orixá Omolu, significando Silêncio, Ele está aqui!

Saluba Nanã – saudação a Orixá Nanã Buruquê, cujo significado é: nos refugiamos em Nanã, ou, salve a senhora do poço, da lama.

É para as Almas ou Adorei as Almas – saudação que fazemos aos Pretos-Velhos.

Kaô kabecilê – Saudação ao Orixá Xangô que significa venham ver (admirar, saudar) o Rei da Casa.

Laroyê, Exu ou Exu é Mojubá – Saudação a Exu que significa: Mensageiro, Exu! Exu a vós meus respeitos! E para as Pombo-giras é Laroyê, Pombo-Gira!

Xetruá ou jetruá – Usada para Boiadeiros e que significa:  Salve aquele que tem braço forte, pulso forte.

Oni Ibeijada – saudação usada para os Erês que significa: Salve todas as crianças!


Existem outras saudações e expressões inerentes a rituais empregados em diversos seguimentos de Umbanda que existem por aí.

Xangô, deus da justiça, senhor das pedreiras.

Homem Velho, Senhor da Justiça, Rei da Pedreira. Por falar em pedreira, adora colecionar pedras.
Xangô é o Deus da Justiça e sua força está nas pedreiras, exercendo uma influência muito forte em seus filhos, principalmente a Justiça. Todos os Orixás, evidentemente, são justos, e transmitem este sentimento aos seus filhos, entretanto com os filhos de Xangô a Justiça deixa de ser uma virtude para passar uma obsessão, o que faz de seus filhos um sofredor, principalmente porque o parâmetro da Justiça é o seu julgamento, e não o da Justiça Divina, quase sempre diferente do nosso que é  muito terra. Esta análise é muito importante.
Os filhos de Xangô apresentam um tipo firme, enérgico, seguro e absolutamente austero. Suas fisionomias, mesmo a jovem, apresentam uma velhice precoce, sem lhes tirar, em absoluto, a beleza ou a alegria. Têm comportamento medido. São incapazes de dar um passo maior que a perna e todas as suas atitudes e resoluções baseiam-se na segurança e chão firme que gostam de pisar. São tímidos no contato com o semelhante, mas assumem facilmente o poder do mando. São conselheiros, e não gostam de ser contrariados, podendo facilmente sair da serenidade para a violência, mas tudo medido, calculado e esquematizado. Acalmam-se com a mesma facilidade quando sua opinião é aceita. Não guardam rancor. Vestem-se com discrição fe seus vestuários seguem o modelo tradicional.
Quando os filhos de Xangô conseguem equilibrar o seu senso de Justiça, transferindo o seu próprio julgamento para o Julgamento Divino, cuja sentença não nos é permitido conhecer, tornam-se pessoas admiráveis e gentis. O medo de cometer injustiças muitas vezes retarda suas decisões, o que, ao contrário de lhes prejudicar, só lhe traz benefícios. O grande defeito dos filhos de Xangô é julgar os outros. Se aprender a dominar esta característica, torna-se um legítimo representante do Homem Velho, Senhor da Justiça, Rei da Pedreira. Por falar em pedreira, adora colecionar pedras.
COR: Marrom e branco
AMALÁ: 7 velas marrons e 7 velas brancas, cerveja preta, camarão, quiabo, fitas marrom escuro e branca
ENTREGA: Na pedreira ou sobre uma pedra grande e bonita
ERVAS: Folhas de Limoeiro, Erva Moura, Erva Lírio, Folhas de Café, Folhas de Mangueira, Erva de Xangô